Ghizlane Agzenaï, Madiha Sebbani, Malika Agueznay, Najia Mehadji, Rahma Lhoussig

Raízes e Horizontes: Arte Marroquina no Feminino

Nov. 9, 2024 - Nov. 21, 2024
CPS no CCB

 “RAÍZES E HORIZONTES: ARTE MARROQUINA NO FEMININO” convida a descobrir expressões contemporâneas da arte e cultura de Marrocos

 

Inauguração: 9 Nov. 16h

 

Malika Agueznay, Najia Mehadji, Ghizlane Agzenaï, Madiha Sebbani, Rahma Lhoussig são as cinco artistas que dão a conhecer os seus trabalhos em “RAÍZES E HORIZONTES: ARTE MARROQUINA NO FEMININO”, convidando à descoberta da arte contemporânea de Marrocos através da apresentação de obras – serigrafias, gravuras e fotografias - inspiradas no legado patrimonial e cultural do seu país de origem.

 

Organizada no âmbito da cooperação cultural entre o Centro Português de Serigrafia (CPS) e a Embaixada do Reino de Marrocos em Portugal, esta exposição vai estar patente de 9 a 21 de novembro, na Galeria do CPS no Centro Cultural de Belém.

 

Fotografia de Madhia Sebbani

Madiha Sebbani, "Paradoxe", Fotografia 70x50 cm, Edição CPS 2024

 

 

Comissariado por Alexandra Silvano, o projeto “RAÍZES E HORIZONTES: ARTE MARROQUINA NO FEMININO” nasceu com o propósito de dar palco a um núcleo discreto, mas fascinante, de mulheres artistas marroquinas que estão a deixar uma marca indelével no cenário artístico internacional.

 

Para isso, e a convite do CPS, cada artista desenvolveu o seu projeto, inspirado nas experiências e vivências pessoais, utilizando as técnicas existentes no atelier CPS que deram lugar a um invulgar conjunto de admiráveis edições de Obra Gráfica Original. Edições estas que simbolizam o testemunho vivo das suas Raízes e Horizontes, da Arte Marroquina, no Feminino.

 

Serigrafia de Najia Mehadji

Najia Mehadji, "Volute", Serigrafia, 100x70 cm, Edição CPS 2024

  

Estas artistas, de gerações diferentes, apesar de terem percursos distintos, testemunham o interesse por um profundo legado patrimonial e cultural pelas tradições ancestrais dos seus antepassados. Esse vínculo reflete-se nas obras de Malika Agueznay, Najia Mehadji e Ghizlane Agzenaï, que combinam a caligrafia islâmica com motivos florais, vegetais e geométricos; ou de Madiha Sebbani, Rahma Lhoussig e também aqui Najia Mehadji, que optam por abordar temas que refletem questões de caráter social como a globalização, a cidadania e a identidade feminina árabe.

 

Sem renunciar o seu vasto património secular da arte popular, a cultura marroquina tem ressurgido, nas últimas décadas, através de artistas que reinventam esse legado, criando projetos inovadores e livres de restrições. Esta exposição é mais uma prova disso!

 

Gravura de Malika Agueznay

Malika Agueznay, "L’Algue Amour", Gravura 70x50 cm, Edição CPS 2024

 

O CPS vai também expor estas obras na FIG Bilbao - Feira Internacional de Gravura e Arte sobre Papel, que tem lugar de 28 de novembro a 1 de dezembro. Este ano, Marrocos é o país convidado deste evento.

 

Entre janeiro e março de 2025, esta exposição será acolhida pela Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA).

 

Sobre as artistas:

 

Malika Agueznay

Considerada pioneira na arte abstrata marroquina, uma vez que nos anos 60, integrou o movimento modernista do grupo de Casablanca, na Escola de Belas Artes de Casablanca. É pintora, escultora e foi uma das primeiras mulheres artistas a fazer gravura em Marrocos. A sua arte revela a criação de formas e de elementos plásticos que, distribuídos no suporte, lembram o tapete marroquino, o bordado, a henna ou a tatuagem. São volumes, linhas e texturas justapostos em vários materiais, muito próximos da antiga Arte Muçulmana. Malika combina o arabesco e a escrita árabe, criando uma linguagem muito pessoal e de dimensão simbólica, que se inspira no motivo da alga e que surge em vários cultos antigos da Mãe Terra e da Vida Nascida das Águas Primordiais.

 

Najia Mehadji

Artista de origem franco-marroquina que vive o trabalha entre Paris e Essaouira, em Marrocos. A sua obra destaca-se pela capacidade de síntese e fusão entre as culturas ocidental e oriental. Para além da pintura e do desenho, desde cedo que a artista explora outros modos de expressão como a performance e a música, criando formas simbólicas universais e aproximando-se da abstração. Tem desenvolvido um trabalho centrado no gesto, na caligrafia oriental, na dança, criando uma linguagem própria de linhas contínuas e dinâmicas, que reflete uma dimensão espiritual e a profunda ligação entre meditação e arte. Mehadji tem ainda utilizado a arte digital e a serigrafia, em grandes planos, para criar obras que denunciam a barbárie da guerra, as questões sociais e políticas, a luta das mulheres e a defesa dos direitos humanos.

 

Ghizlane Agzenai

Ghizlane Agzenaï

Viu o seu trabalho ganhar notoriedade no espaço público, ao desempenhar um papel importante na regeneração, valorização do património edificado das cidades. A sua obra distingue-se pela relação das formas e das linhas com uma paleta de cores psicadélicas e vibrantes combinadas em padrões geométricos. De modo discreto, mas profundo, a artista transmite uma mensagem social e espiritual através das suas criações, que define como Totems. Para Agzenaï, esses totems plenos de energia paradoxal, transportam dinamismo e apaziguamento. São encarnações materiais de espíritos benevolentes que difundem ondas de alegria, vitalidade e segurança, criando um otimismo contagioso.

   

 

Madiha Sebbani

Artista multidisciplinar que vive e trabalha entre o Reino Unido e a Arábia Saudita onde desenvolve um projeto de curadoria mais precisamente no MISK Art Institute assumindo o papel de diretora fundadora da Contemporary Lab Company. A sua obra visual utiliza a fotografia e a performance como base da sua criação e explora a dinâmica do poder e da autoridade nas várias culturas e sociedades. Nos autorretratos, veste vários trajes tradicionais, investiga e questiona as influências patriarcais e matriarcais na sociedade árabe, bem como a complexidade da integração da mulher nas práticas culturais tradicionais.

 

Rahma Lhoussig

Rahma Lhoussig

Formada pelo Instituto Nacional de Belas Artes de Tetuão, explora a relação entre corpo, memória e significado, funcionando como âncoras catalisadoras da vida quotidiana. Lhoussig procura mergulhar no reino dos sonhos, e descobrir partes ocultas e despercebidas da memória, do pensamento e das emoções. As obras intencionalmente inacabadas, refletem a complexidade do inconsciente, a fragmentação da memória, com figuras em repouso, mascaradas ou a viver num espaço à parte.

 

“RAÍZES E HORIZONTES: ARTE MARROQUINA NO FEMININO

Exposição de 9 a 21 de novembro de 2024

Galeria do CPS no Centro Cultural de Belém

Praça do Império, Lisboa

Horário: Todos os dias, das 10h às 19h

 

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