Helena Abreu

Essência do Feminino

Nov. 18, 2006 - Dez. 31, 2006
CPS Sede

Com o título "Essência do Feminino" inaugura a 18 de Novembro no Centro Português de Serigrafia (Rua dos Industriais, 6, 1249 - 023 Lisboa) uma exposição antológica da obra gráfica de Helena Abreu (serigrafias, gravuras e litografias), dos anos 80 à actualidade. A exposição estará patente até 31 de Dezembro. Inauguração: 18 de Novembro , Sábado, a partir as 16h00 Helena Abreu, artista portuense de projecção nacional, pintora, gravadora, autora de livros didácticos de desenho, viu o seu trabalho distinguido com diversos prémios em Portugal e no estrangeiro (Prémio Rodrigues Júnior em 1945 e 1946, Menção Honrosa no Salon des Artistes em 1978 e 1980 e admissão no Salon des Artistes Français). Agraciada com a medalha de prata pela Câmara Municipal do Porto, o seu trabalho foi apresentado em notável retrospectiva nos Paços do Concelho de Matosinhos. Licenciada pela Escola de Belas Artes do Porto (desenho e pintura) estudou pintura e fresco com Mestre Dórdio Gomes. A sua formação evidencia-se no seu trabalho, na mestria do desenho revelando-se numa linguagem muito pessoal de luminosas transparências. Do texto do catálogo da autoria de Maria João Fernandes destacamos: "Nas litografias apresentadas a artista grava directamente sobre a nobreza da pedra litográfica as linhas fluidas e rigorosas que emergem com a densidade das sombras e a leveza característica do seu estilo, onde domina a imagem poetizada da mulher, que hoje uma vez mais nos toca e deslumbra, no seu dramatismo e quotidiana doçura. Caracterizam a sua pintura e a expressão serigráfica que dela decorre, a delicadeza da linha e a suavidade da sua paleta, compondo os múltiplos retratos da mulher, centro de um mundo de claras vibrações, movimentos subtis e tonalidades magicamente diluídas. Na economia de tons frios, marítimos azuis e verdes, cria imagens de um sereno e secreto lirismo para um universo no feminino, metáfora de uma sensibilidade poética receptiva ao milagre e à transfiguração. Transparência, doçura, leveza caracterizam este universo, paisagens para uma rêverie fascinante que tem a mulher como motivo condutor. As duas pombas brancas serenamente pousadas sobre o regaço da figura feminina, em destaque num dos trabalhos, são índices de um nascimento que a paz e uma atitude contemplativa inspiram. Nascimento ou renascimento da alma, sedenta de liberdade e de beleza, que a mulher, e as forças sensíveis da natureza, representam no conjunto da pintura e da obra gráfica de Helena Abreu. Na actual exposição uma vez mais se afirmam a qualidade poética e o apuro técnico de uma linguagem vocacionada para a revelação do fascínio e da tranquilidade musical que presidem a este mundo.