Kiki Lima nasceu na Ponta do Sol, ilha cabo-verdiana de Santo Antão, em 1953.
Licenciou-se em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Frequentou, em simultâneo, vários cursos de artes plásticas, entre eles o Curso de Desenho e Pintura do C.E.C e o curso de Escultura do Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa.
Com uma carreira nas artes-plásticas com mais de 40 anos, iniciada com uma exposição em 1969, conta, no seu percurso, com dezenas de exposições individuais e cerca de 160 coletivas em diferentes países.
As suas obras estão presentes em importantes espaços e coleções particulares e institucionais de arte contemporânea, figurando como um dos pioneiros da pintura em Cabo Verde.
Multifacetado, além de pintor, foi escultor, designer e músico.
Distinguido por diversas vezes, destaca-se o reconhecimento e a condecoração, por ocasião do 25º. Aniversário da Independência Nacional de Cabo Verde, com a 1ª Classe da Medalha do Vulcão, pelo Presidente da República de Cabo Verde, Dr. António Mascarenhas Monteiro, “em reconhecimento pela sua relevante contribuição para o enriquecimento do património artístico nacional, com particular relevo no domínio das artes plásticas”.
O seu trabalho pictórico distingue-se pelo uso de cores vibrantes e uma pincelada gestual, retratando figuras em movimento. Os ambientes com música e as cenas populares são habituais.
Com um interesse particular pelo feminino, referiu: “Sou um pintor figurativo. Pego na figura feminina, explorando a sua plasticidade do ponto de vista estético, e faço essa ligação com a música e a pintura.”
Kiki Lima deixa também um legado como músico e um estudioso da música tradicional cabo-verdiana, com os álbuns Txuva e Midje Má Tambor.
Faleceu em julho de 2025, deixando um legado vivo nas cores das suas telas e nos sons que celebrou, expressão autêntica da alma do seu povo.