"O círculo é a síntese das grandes oposições". Assim nos resumiu o famoso artista e teórico Wassily Kandinsky (1866-1944) a forma básica que dá origem a mundos, reforçando "tudo começa num ponto".
Artistas de várias gerações exploraram a forma elementar do círculo em diálogo com o movimento, a expansão e o equilíbrio.
É o caso das formas em expansão de Calvet (1928-2014), da energia e vitalidade de Sofia Areal (n. 1960), ou das narrativas de síntese de Cristina Ataíde (n. 1951) e de Ana Romana (n. 1973) e Susana Anágua (n.1976).
Carlos Calvet, S/ Título, Serigrafia
Sofia Areal, S/ Título, Serigrafia
Ana Romana & Susana Anágua, (CFB/RJ/146), Serigrafia
A obra (CFB/RJ/146) de Ana Romana e Susana Anágua explora a forma circular relacionando-a com as luas ou satélites naturais do Sistema Solar que as artistas referenciam. Todos estes satélites naturais apresentam uma forma circular, na sua maioria, como estamos habituados a ver na Lua, com algumas exceções de contornos irregulares como é o caso de Amalteia, satélite natural de Júpiter, ou Deimos, satélite natural de Marte.
Cristina Ataíde, S/ Título, Serigrafia
Marçal, "Levitação", Gravura
A vasta obra de Marçal é talvez a que demonstra o elemento círculo com maior frequência dentro do acervo editorial do CPS, sempre associado a um diálogo poético com a natureza e a uma rara e alquímica sensibilidade à cor, proveniente da sua larga experiência enquanto mestre gravador.