Sofia Areal
Jun. 1, 2017

Sofia Areal

"A obra de arte engrandece a banalidade da vida"

Entrevistámos a artista Sofia Areal no contexto da realização das novas serigrafias, cuja singular intervenção tornou todos os exemplares afirmativamente únicos.

 

Que importância atribui à obra gráfica e ao múltiplo no contexto da sua obra?

O múltiplo faz parte da história da arte. As gravuras, as estampas, as ilustrações dos livros. Na serigrafia, no meu caso particular, é uma proposta com “ferramentas” próprias.

 

As edições até hoje efetuadas no CPS exprimem a sua particular energia positiva. O que representa o SIM nesta edição?

O SIM foi o título da minha primeira exposição antológica em 2011 na Cordoaria Nacional em Lisboa. O SIM será, neste caso, a pública e real afirmação das possibilidades inúmeras que afirmam que lutar por algo que se goste, defendendo o que se quer e que respeitamos, vale a pena. Vale a pena estar na vida mesmo sabendo que esta tem um fim.

 

Primeiro a impressão serigráfica, recorte e a colagem. Depois a sua intervenção criativa em cada prova. Porquê a numeração seguida de Rehaussée 1/1?

Face às anteriores edições de serigrafia, mesmo as que intervencionei em cada exemplar, considero esta edição uma novidade e inovação no meu percurso. Conjuga várias  técnicas e, na intervenção rehaussée, em vez de seguir um modelo, dediquei a cada exemplar uma atenção muito particular e toda a energia de um original, o que justifica o 1/1.

 

O que gostaria de transmitir aos jovens colecionadores e apreciadores da sua obra?

Por palavras, já que o trabalho também fala por si próprio, gostaria que soubessem que ao fazer um trabalho destes, faço-o sempre tendo em conta e em mente a existência de um público que quer ver, que quer ver mais, que quer estímulo e assertividade na sua vida. Tal como eu os quero na minha. É assim a minha vida, é este o meu trabalho.

 

Considerando a cultura uma manifestação de grandeza, de que forma a convivência direta com a arte contribui para o aperfeiçoamento da sociedade contemporânea?

Uma obra de arte é um alvo. Penso muito sinceramente que a cultura é sinónimo de fidelização. É um alvo a atingir. A obra de arte é um exemplo disso mesmo. E é-o porque faz  alta às pessoas cultivadas, mas também às pessoas sensíveis à beleza, à música, à literatura e às artes. A obra de arte engrandece a banalidade da vida.