O Poder do Gesto e a Magia da Cor

Francisco Vidal (n.1978) artista angolano e cabo-verdiano, vive entre Luanda e Lisboa onde nasceu, depois de uma estadia em Nova Yorque no âmbito de uma especialização em Artes Plásticas (a sua formação de base) na Escola de Artes Visuais da Universidade de Columbia. No seu percurso expositivo com início em 2005 e que já alcançou uma dimensão internacional, há a realçar em 2014 o projeto de pintura “Utopia Luanda Machine” que apresentou na 56.ª Bienal de Veneza no Pavilhão de Angola e na Expo Milão.  Por sua vez o projeto “Escola de Papel” foi apresentado em 2016 em Luanda e em 2017 em São Tomé e Príncipe. A sua imagem de marca, grandes instalações de pintura sobre suporte serigráfico, percorridas por linhas de grande intensidade plástica e por caligrafias sobre acordes de tons primários, reflete-se de algum modo no presente trabalho. Afirmação do poder do gesto: “cada gesto tem uma identidade própria”, segundo o artista e de uma linguagem e de uma estética da liberdade, já presentes na Exposição Still Free 44 que decorreu em maio na Galeria do CPS no CCB.

Na serigrafia apresentada, o protagonismo vai para os rostos de expressão rude, esfíngicas máscaras, signos do humano sobre uma rede de linhas negras sobrepondo-se ao fulgor das cores primárias. Azul da água, rubro fogo, com ligeiros toques de alquímico ouro, sugestão dos elementos de uma natureza próxima e envolvente que parece afirmar o seu poder e a magia de um Cosmos original.